Nesta quarta-feira (28), vereadores do município de Caculé (BA) apresentaram uma denúncia grave contra a administração municipal, alegando a existência de um esquema de propina para a liberação de pagamentos de serviços prestados à Prefeitura.
De acordo com os vereadores, vídeos que circulam nas redes sociais mostram o empresário Davi Ferreira Souza, proprietário da L&M Serviços de Limpeza Ltda. (conhecida como Lig Lixo), alegando que foi coagido a pagar propinas para que suas notas fiscais fossem liberadas pela Prefeitura de Caculé. Segundo Davi Souza, o esquema envolvia um pagamento mensal de R$ 70 mil, o que corresponde a cerca de 25% do valor do contrato mensal firmado com o município, como condição para que os serviços de limpeza pública fossem quitados.
As gravações, feitas em momentos distintos, mostram o empresário próximo ao mercadinho Cruzeiro, de propriedade de Paulo Dias da Silva, sobrinho do prefeito Pedro Dias, apontado como o verdadeiro administrador da Prefeitura de Caculé. Em uma das filmagens, Davi Souza aparece com um envelope supostamente contendo dinheiro, esperando em seu veículo antes de se dirigir ao mercadinho, onde, conforme suas declarações, o pagamento da propina ocorreria.
A denúncia também alega que Paulo Dias da Silva, além de ser parente e pessoa de confiança do prefeito Pedro Dias, é o responsável de fato pela administração municipal, mesmo sem ocupar oficialmente o cargo de secretário. O secretário nomeado, Stefano da Silva Rio, é genro de Paulo Dias e sócio do vice-prefeito Willian Lima em um escritório de advocacia que presta serviços à Prefeitura.
Os vereadores enfatizam a seriedade das acusações e solicitaram uma intervenção urgente do Ministério Público para investigar e responsabilizar os envolvidos. As práticas denunciadas podem configurar crimes de corrupção passiva e ativa, além de crime de responsabilidade e improbidade administrativa, conforme previsto no Código Penal e na Lei de Improbidade Administrativa.
Os vereadores que assinaram a denúncia são Paulo Henrique da Silva, Luiz Carlos Pereira, Anderson dos Santos Ribeiro e Edmilson Coutinho dos Santos. [confira a denúncia na íntegra]
Apesar da repercussão do caso, os citados na matéria não se manifestaram oficialmente sobre as acusações. A reportagem do PORTAL VILSON NUNES tentou contato com os envolvidos, mas não obteve resposta.
Feito por Portal Vilson Nunes