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Presidente do INSS é exonerado após operação da PF contra descontos ilegais em aposentadorias

(Foto: Reprodução)

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (23), após ser um dos alvos de uma megaoperação da Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). A operação investiga um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões sem autorização dos beneficiários.

A demissão foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada em edição extra do Diário Oficial da União no início da noite. Stefanutto é um dos seis servidores públicos investigados pela PF.

A operação mobilizou 700 agentes da Polícia Federal para o cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão, em 13 estados e no Distrito Federal.

De acordo com a CGU, o esquema envolve entidades associativas que obtiveram autorização para descontar mensalidades diretamente dos contracheques de aposentados. A prática teria começado em 2016 e se intensificado a partir de 2022. Uma auditoria revelou que, entre 2019 e 2024, mais de R$ 6 bilhões foram descontados, sem que se saiba, até o momento, qual parte desse valor é fruto de irregularidades. Em uma pesquisa feita com 1.300 beneficiários, 97% afirmaram não ter autorizado qualquer tipo de desconto.

Três pessoas ligadas a uma associação de Sergipe foram presas, enquanto outras três estão foragidas. Durante a operação, foram apreendidos carros de luxo, joias e obras de arte pertencentes a dirigentes de entidades investigadas.

A Justiça determinou a suspensão dos descontos realizados por nove das 11 entidades sob investigação. O governo federal ampliou a medida para todas as 29 associações atualmente registradas no sistema do INSS, afetando cerca de 6 milhões de aposentados e pensionistas.

A investigação também revelou que 70% das entidades não apresentaram documentação completa ao INSS para a autorização dos descontos. Os investigados poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Feito por Amanda Santos/Portal Vilson Nunes

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