
Na noite desta quarta-feira (25), o Senado Federal realizou um ato inédito em relação a uma indicação de um presidente da República. Pela primeira vez, os senadores rejeitaram o nome apontado por Lula (PT) para assumir o cargo de defensor público-geral na Defensoria Pública da União (DPU).
Com 38 votos contra, 35 a favor e uma abstenção, o Senado rejeitou a indicação de Igor Roque para o cargo de defensor público-geral na DPU. Para ser aprovado pelos senadores, Igor precisava de ao menos 41 votos favoráveis.
A situação inédita ocorre após uma união entre os conservadores do Senado. O motivo para tal questão é que Roque se apresenta como um progressista que escolheu a área de defensoria pública porque seu tio-avô havia desaparecido na época da ditadura.
Segundo o portal Metrópoles, a visão de um progressista dentro da defensoria foi aumentada nos bastidores por um colega de Roque, que vendeu sua imagem como um “maconheiro” e “abortista”. A situação também pode ter vínculo com um recado do Senado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem o aborto legal nas primeiras 12 semanas como uma pauta de análise.
Apesar de ter deixado claro aos parlamentares de que iria se pautar nas determinações legais sobre o aborto e as questões das drogas, os conservadores consideraram inadmissível ter um pró-aborto chefiando a DPU. Igor Roque já havia sido aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em julho.
Segundo a coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, após a situação com Igor Roque, o Governo Lula acendeu um alerta em relação a uma possível indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), para o STF.
Por ser uma das principais vozes do governo contra o bolsonarismo, o principal receio de Dino é que a rejeição dos conservadores também seja capaz para atrapalhar uma possível indicação para o STF.
Fonte: Portal Metrópoles