
A jovem, Rosimere Gomes Pereira dos Santos, de 23 anos, residente na Fazenda Passagem Funda, no município de Palmas de Monte Alto (BA), testou negativo para covid-19, conforme resultado divulgado na última quarta-feira (17), pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia ( LACEN-BA). A montealtense deu entrada no Hospital Municipal Milton Farias Dias Laranjeira, na manhã do dia 13 de junho, queixando dor na garganta, muita dor no corpo, tosse e falta de ar, pois ela é portadora de espondilite anquilosante/transtorno de ansiedade. Ao dar entrada na Unidade de Saúde, diante dos sintomas constatados, Rose foi notificada como caso suspeito do novo coronavírus, no entanto, a equipe médica realizou teste rápido que testou negativo, mesmo assim, ela foi isolada e devido apresentação de piora no estado de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde fez a regulação dela ao Hospital das Clínicas em Vitória da Conquista, na madrugada do dia 14 de junho, por uma UTI Móvel. No dia seguinte, o referido Hospital realizou o teste de PCR pelo Lacen, que não diagnosticou o vírus na paciente.
A partir daí, de acordo com informações prestadas por Ana Rocha Teixeira, tia da paciente, iniciou o processo para que Rose fosse transportada de volta ao município de Palmas de Monte Alto, pois o Hospital de Conquista deu alta à ela. Posteriormente, Ana disse, que a família manteve contato com o Secretário de Saúde – Marcos Túlio (Tito) solicitando a ambulância, e depois de muitas tentativas, ele teria retornado informado que: “não podia liberar a ambulância, pois o município só tem duas ambulâncias, sendo que uma estava em Salvador e a outra em Montes Claros. Pediu então, que a família entrasse em contato com o Hospital de Vitória da Conquista novamente e solicitasse que a paciente ficasse naquela unidade até o dia seguinte. A família sem opção retornou a ligação para o Hospital de Conquista contando a situação, mas a Assistente Social informou que a paciente não podia ficar mais lá, pois testou negativo, e que deixar uma paciente lá sem Covid atrapalhava uma vaga para alguém que estava realmente precisando, foi quando ela pediu pra ver novamente com a secretaria de saúde um carro normal e mais uma vez a resposta do secretário foi que ele já havia falado que não tinha carro para ir naquele dia, porque a saúde só tinha dois carros, um estava em Espraiado e o outro no Pinga Fogo, então nós da família resolvemos ir buscar, pois o Hospital liberou a paciente para vir num carro normal. Depois que havíamos viajado, uma funcionária da Secretaria de Saúde entrou em contato com a própria paciente dizendo que a ambulância de Montes Claros chegou mais cedo e que ela ia mandar lavar e arrumar um motorista para ir buscar. Ai minha sobrinha respondeu que eu já tinha ido para Conquista busca-lá. Depois falaram que iam dar R$ 240 reais que seria o valor do combustível e que a Rose fosse à secretaria levando o papel da alta e os documentos para que fosse feita a transferência do valor“, disse Ana.
Em mensagem encaminhada ao PORTAL VILSON NUNES, Ana confirmou a versão apresentada e criticou a falta de atenção do Poder Público Municipal. “Estamos indignados com o descaso por parte da Secretaria de Saúde, se não tinha ambulância e nem carro e existia essa terceira opção, por que as respostas arrogantes só chegaram depois que viajamos? Para deixar claro a população, a oferta foi feita porém não aceitamos. Em momento algum depois que minha sobrinha foi transferida para Conquista, a Secretaria de Saúde entrou em contato com a família para saber como estava a paciente e se alguém da família apresentou algum sintoma semelhante. Eu pergunto: as pessoas que tiveram contato direto com ela não teriam que ser monitoradas?. Cadê a equipe que está a frente do combate a Covid 19? Sei que alguém irá aparecer para fazer a defesa e na defesa dirá que nos queríamos quebrar o protocolo de como deve ser feito isolamento. Mas antes de fazer a própria defesa, se coloca no lugar de uma mãe diante desta situação e reflita, se fosse com minha família como eu iria agir?, completou.
A própria paciente gravou um áudio confirmando os relatos da tia e o encaminhou à Rádio Visão FM. [ouça]
O OUTRO LADO
Procurado pela nossa reportagem, o Secretário Municipal de Saúde – Marcos Túlio, esclareceu o motivo pelo qual não foi possível fornecer o transporte solicitado no referido dia alegado pela família da paciente. “Foi dito a mãe da paciente que não tínhamos carro naquela noite e sim no dia seguinte, porque duas ambulâncias estavam retornando de Salvador e Montes Claros e toda vez que retornam desses lugares tem que lavar e desinfetar e as outras duas já tinha viagens agendadas com pacientes e carro não é pra transportar pacientes e sim funcionários“, manifestou.