Conflito entre Prefeitura de Caetité e Fundação Terra Mãe atinge ápice com pedido de retorno da gestão do Hospital Municipal

UNACOM (Foto: Reprodução)

Após meses de conflito entre o Governo de Caetité e a Fundação Terra Mãe, que gerencia a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), o embate atingiu seu ápice nesta segunda-feira (04) com o pedido formal da prefeitura  para que a gestão do Hospital Municipal Dr. Ricardo de Tadeu Ladeia retorne à esfera pública. O hospital, onde está instalada a Unacon, foi inaugurado em 2021 fruto de parceria entre Governo do Estado e a administração municipal e atende 48 municípios da região, oferecendo tratamento de câncer.

Em meio à guerra de acusações dos últimos meses, a Fundação Terra Mãe alega falta de repasses por parte do município de Caetité.

Em recente entrevista à Rádio Educadora, o prefeito de Caetité, Valtécio Aguiar destacou a falta de prestação de contas e o não cumprimento contratual, apontando que a prefeitura tem um crédito em relação à Fundação e suspendeu pagamentos devido a questões contratuais. O assessor jurídico do município, Léo Humberto, ressaltou as falhas contratuais e alegou que os pagamentos não efetuados ocorreram devido a inconsistências nos dados apresentados em planilhas pela Fundação Terra Mãe. O prefeito de Iuiú e Presidente do Consórcio Interfederativo de Saúde (CIB), Reinaldo Góes, também opinou sobre a gestão da Unacon, indicando a insatisfação dos municípios consorciados com a prestação de serviços. Góes ressaltou a demora no atendimento aos pacientes e o pedido de troca da prestadora, que foi aprovado por consorciados de 46 municípios. Além disso, durante a entrevista, foi revelado um documento interno dos médicos da Unacon, datado de maio de 2023, demonstrando insatisfação com a Fundação Terra Mãe quanto à falta de insumos para exames e procedimentos.

No entanto, a Fundação Terra Mãe nega tais alegações, citando um relatório recente da SESAB que indica o cumprimento de 100% da meta de atendimentos, cirurgias e procedimentos. Em Janeiro deste ano, o governo do Estado emitiu parecer técnico favorável para a implantação do serviço de radioterapia na unidade. A estrutura funciona com 80 leitos distribuídos entre 10 de UTI adulto, 13 de Clínica Geral, 19 de Cirurgia Geral, 18 de Ortopedia e 20 de Oncologia Clínica e Cirúrgica, e oferece consultas e exames para acompanhamento, diagnóstico e tratamento, além de centro cirúrgico e serviço de quimioterapia. Também fazem parte da estrutura do hospital salas de raio-x, tomógrafo, endoscopia, eletrocardiograma, entre outras especialidades. Agora, com a oficialização do pedido de retorno da gestão do Hospital Municipal para o poder público municipal, resta aguardar os desdobramentos dessa decisão e seu impacto no atendimento de saúde da população local e regional.

Fonte: Sudoeste Bahia

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