R$ 300 milhões em dívidas, 1.500 demitidos e um prejuízo emocional e financeiro para os trabalhadores. “Cinco já morreram de infarto por conta da demissão. Muitos perderam plano de saúde. A situação está crítica”, afirmou o presidente da Associação Baiana de Trabalhadores da Ebal/Cesta do Povo (Abtec), Francis Tavares, em conversa com o BNews, na manhã deste sábado (8).
Segundo ele, a Cesta do Povo, criada em 1979, passou por graves problemas de gestão, o que desencadeou uma crise sem precedentes. Ele revela que, em 2015, houve a possibilidade da compra da Cesta pelo grupo Cencosud, ação que não foi executada já que o sistema financeiro de Nova York proibiu a aquisição.
Em 2 de outubro de 2015, um decreto foi assinado pelo governador Rui Costa (PT), dando seguimento ao processo de privatização da Empresa Baiana de Alimentos S/A (Ebal).
Única rede de supermercados estatal no Brasil, o empreendimento tinha acumulado um prejuízo de R$ 750 milhões. No ano passado, a situação piorou e a Empresa Bahiana de Alimentos – Ebal, controladora da Cesta do Povo, amargou uma perda de R$ 158,1 milhões. O leilão público proposto pelo governo possuía uma cláusula que permita a absorção de um percentual mínimo de funcionários pelos novos empreendedores, mas a estrutura de 276 lojas e 2.769 funcionários em 229 municípios, não despertou o interesse de nenhum comprador para o lance mínimo exigido para a venda na época, R$ 81 milhões.
Pensando na garantia dos direitos dos trabalhadores, a Associação entrou com uma ação no Ministério Público contra um leilão de bens, marcado para o próximo dia 11. “O leilão é sobre os bens da Ebal, no valor mínimo de R$ 2 milhões. A Ebal contratou um leiloeiro e não publicaram um edital com uma justificativa prévia para que seria este leilão. Tive a informação de que este dinheiro seria para financiar novas demissões”, relatou o presidente da Abtec.
Em maio deste ano, em nota ao BNews, a SDE afirmou que o plano ainda é privatizar a Cesta do Povo, no entanto, não há uma data prevista para a realização de um novo leilão do órgão.
Fonte: Bocão News