
A 60ª fase da Operação Lava Jato prendeu, na manhã desta terça-feira, 19, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor do Departamento Rodoviário S.A. (Dersa), estatal de engenharia do governo de São Paulo, durante as gestões do PSDB.
Batizada de Ad Infinitum, a operação da Polícia Federal cumpre doze mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Souza e ao ex-ministro das Relações Exteriores e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), hoje presidente da estatal Investe SP, na gestão do governador João Doria (PSDB).
Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) argumentou que a prisão de Souza era “imprescindível” tendo em vista a “gravidade concreta dos crimes de lavagem de dinheiro relacionado à corrupção, que envolveram mais de uma centena de milhões de reais, da reiteração e habitualidade na prática de crimes por mais de uma década”. A investigação tem relação com suspeitas de lavagem de dinheiro da empreiteira Odebrecht entre 2007 e 2017, em transações que ultrapassam 130 milhões de reais.
O ex-diretor da Dersa já havia sido preso duas vezes entre abril e maio de 2018. Em ambas as oportunidades, foi libertado por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nessas ocasiões, ele foi detido suspeito de desviar 7,7 milhões de reais dos cofres da empresa, dinheiro que era destinado a indenizar famílias desalojadas por obras de infraestrutura no estado.
Procurado, o advogado André Gehreim, que representa Paulo Vieira de Souza, afirmou que não vai comentar e que a defesa ainda não obteve acesso aos documentos que basearam a operação.
Fonte: VEJA