Os servidores do Poder Judiciário da Bahia iniciaram uma greve geral por tempo indeterminado, reivindicando a aprovação e implementação de um novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), além de outras melhorias estruturais e salariais. A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud).
De acordo com o sindicato, o atual PCCV, instituído pela Lei nº 11.170/2008, está defasado e não acompanha a evolução das funções e responsabilidades da categoria. Há mais de oito meses, a proposta de um novo plano está parada na Assembleia Legislativa da Bahia, aguardando autorização do governador Jerônimo Rodrigues para ser votada.
Outro ponto central da mobilização é a recomposição salarial. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), as perdas inflacionárias acumuladas chegam a 53%, reflexo de quase uma década sem reajustes. O sindicato argumenta que a defasagem compromete a dignidade dos trabalhadores e afeta a qualidade dos serviços prestados à população.
Os servidores também denunciam a precarização das condições de trabalho nas comarcas do estado, como déficit de efetivo, estruturas físicas inadequadas e defasagem tecnológica. O Sinpojud critica ainda a ausência de convocação de aprovados no último concurso público, ao mesmo tempo em que mais de 500 servidores cedidos por prefeituras ocupam funções que deveriam ser preenchidas por concursados. O Tribunal de Justiça teria proposto a criação de 600 cargos comissionados, sem exigência de concurso público, o que o sindicato considera um retrocesso.
A categoria afirma que a greve respeita os limites legais, com a manutenção dos serviços essenciais, conforme prevê a Constituição Federal e a Lei nº 7.783/89. O objetivo, segundo o Sinpojud, é fortalecer o Judiciário baiano, garantindo mais eficiência, justiça e acessibilidade à população.
Feito por Portal Vilson Nunes com informações do Sinpojud
