Em entrevista concedida na última sexta-feira (31), na cidade de Iuiú, a deputada estadual, Ivana Bastos (PSD/BA), manifestou a sua opinião em relação a polêmica envolvendo o projeto da Barragem de Rejeitos da Bamin, que pretende ser construída no leito do riacho Pedra de Ferro, localizado na divisa dos municípios de Caetité e Pindaí. O riacho é um dos afluentes do rio Carnaíba de Dentro, um dos principais formadores do lago da barragem de Ceraíma, distrito de Guanambi.
Ivana, salientou que é a favor do debate para identificar a viabilidade da obra. A deputada afirmou que até o presente momento tem visto o projeto com responsabilidade, e criticou a atitude daqueles que, segundo ela, estão jogando para a plateia. “Olha Vilson, eu acho que tem que se ter responsabilidade, não dá para jogar para a plateia, e eu vi ali na Câmara de Vereadores, muita gente jogando pra plateia. Eu acho que precisa se estudar o projeto, precisa ver a viabilidade do projeto e a responsabilidade do projeto, porque a gente sabe que é o desenvolvimento chegando, claro que não quero que aconteça o que aconteceu em Brumadinho, que não quero que aconteça o que aconteceu em Mariana, de jeito nenhum, mas a Bahia Mineração tem nos mostrado na Assembleia Legislativa um projeto de responsabilidade, e eu confio muito no governador Rui Costa, na sensibilidade do governador e na responsabilidade do governador, o governo do estado não daria uma licença se não tivesse segurança“, manifestou a parlamentar ao Portal Vilson Nunes.
Ainda durante a sua fala, a parlamentar destacou que é uma defensora do Meio Ambiente. Ela também defendeu que a população participe ativamente da discussão para conhecer de fato o projeto e, ressaltou que, comprovando o risco, aí sim todos devem ir pra cima, no entanto, para a deputada, algumas pessoas não estão aceitando dialogar. OUÇA:
O QUE DIZ A BAMIN
Em seu pronunciamento na Câmara, Wilson Thibes, gerente de mina da Bamin, enfatizou que a barragem de rejeitos será construída atendendo os mais rigorosos padrões de segurança do mundo. O gerente explicou que a empresa mudou o projeto após o desastre ocorrido em Mariana (MG), em 2016. Ao contrário das barragens da Vale que se romperam em Minas Gerais, construídas no sistema a montante, a barragem da Bamin será construída a jusante. De acordo com a empresa, o projeto inicial custaria R$ 90 milhões, já o novo projeto vai custar R$ 200 milhões.
Thibes garantiu ainda que a barragem será monitorada 24 horas por dia, com sistema de instrumentos automáticos e manuais. Os dados serão enviados para o centro de controle da mina e para os órgãos ambientais e de defesa civil. Ele disse ainda que a construção atenderá todos os índices de estabilidade e segurança, operacionais, sísmico e de liquefação. Com a devida manutenção, Thibes acredita que somente um terremoto acima da Escala Richter, romperia a barragem, e que esse terremoto destruiria toda a região antes da lama se espalhar.
A construção da barragem foi autorizada em março pelo governo do estado da Bahia e será construída, com capacidade para 180 milhões de metros cúbicos.
CONTRA
Apesar dos esclarecimentos fornecidos pelos técnicos da Bamin, todos os vereadores e o público presente continuaram se posicionando de maneira contrária ao projeto. Neste último fim de semana, quatro dias após a Câmara de Guanambi ter realizado sessão especial, um grupo intitulado “Movimento Vida Sim! Barragem NÃO” lançou nas redes sociais uma imagem que convoca a população de Guanambi a realizar protesto contra a construção da barragem de rejeito, que ficará entre os municípios de Caetité e Pindaí. Na imagem veiculada, informa que, o protesto acontecerá no dia 06 de junho (quinta-feira), a partir das 7:30h, na Praça da Matriz de Santo Antônio, no centro de Guanambi.
