
Monitores que atuam no Conjunto Penal de Brumado, no sudoeste da Bahia, denunciaram, nesta segunda-feira (28), casos de assédio moral, abusos e omissão de socorro dentro da unidade prisional. Os trabalhadores, que não se identificaram, relataram que estão sendo pressionados pela direção e pelo gerente operacional da unidade, Sávio de Oliveira. A denúncia foi feita ao Achei Sudoeste.
Segundo os relatos, os funcionários estão sendo obrigados a maltratar os internos sob ordens da diretoria. No último sábado (26), um interno que se queixava de fortes dores de cabeça não recebeu atendimento médico. No final da tarde, ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisou ser internado no Hospital Municipal de Brumado. “Tá tendo muita omissão de socorro lá. Falam pra tirar o interno de lá só se tiver morrendo, no último caso”, afirmou um dos monitores.
Os trabalhadores também acusam o gerente operacional de praticar assédio moral. De acordo com eles, Sávio de Oliveira constantemente desrespeita os funcionários e, diante de qualquer reclamação, diz que “se não estão satisfeitos, é só pedir as contas”.
Ainda conforme os relatos, um interno, natural de Palmas de Monte Alto (BA), com problemas psicológicos morreu recentemente após não receber assistência adequada. Segundo os monitores, ele havia tentado suicídio várias vezes dentro da unidade, mas, na última tentativa, foi deixado sozinho na cela, onde colocou fogo no colchão e morreu asfixiado. “Levaram os detentos para o banho de sol e ele pediu pra ficar na cela. Ele não podia ficar só lá. Deixaram, daí ele colocou fogo no colchão e veio a óbito. Foi uma falha humana e o gerente operacional está ciente do que aconteceu”, contou um dos denunciantes.
Os monitores alegam ainda que estão em estado psicológico abalado devido à pressão no ambiente de trabalho. Alguns deles estariam fazendo uso de medicação e acompanhamento psicológico. Eles também denunciaram a falta de capacitação adequada para lidar com as situações enfrentadas dentro do presídio. “Lá a gente vai vivendo e aprendendo no dia a dia. O treinamento que tivemos não tem nada a ver com o que vivemos lá dentro”, disseram.
A categoria pede que o Ministério Público intervenha para apurar a conduta da direção e do gerente operacional do Conjunto Penal de Brumado.
Feito por Amanda Santos/Portal Vilson Nunes