
O Ministério Público de São Paulo apresentou nesta quarta-feira (5) uma ação de improbidade administrativa contra o ex-governador e candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) pelo suposto recebimento de R$ 7,8 milhões da Construtora Odebrecht em doações não declaradas à Justiça Eleitoral para a campanha ao governo estadual em 2014.
O promotor Ricardo Manuel Castro também pediu a condenação de Marcos Antônio Monteiro, presidente da Imprensa Oficial à época da doação e tesoureiro da campanha. Mais tarde, com Alckmin reeleito, ele ocupou o cargo de secretário estadual de Planejamento.
A própria Odebrecht também é acusada na ação de praticar atos de corrupção. De acordo com a ação, foram feitos nove pagamentos em dinheiro vivo de abril a outubro de 2014. Os recursos eram repassados em um hotel a um emissário de Monteiro por uma transportadora de valores. O montante total, atualizado, corresponde a mais de R$ 9,9 milhões de hoje.
Outro lado
A campanha de Alckmin contestou o embasamento da ação. “Não há fato novo, apenas uma conclusão equivocada e um comportamento inusual. O promotor, inexplicavelmente, sugere algo que não existe e que jamais alguém tenha sequer cogitado, nem mesmo os ditos delatores. Nunca houve qualquer relação com atos de governo”, ressalta o comunicado. A equipe do candidato acusa o promotor de querer fazer “barulho” “a um mês das eleições” e que a peça é frágil tecnicamente.
Apesar das críticas ao promotor, a campanha de Alckmin reafirmou o apreço ao Ministério Público. “Sempre nos posicionamos em absoluta defesa do Ministério Público e da Polícia Federal, que têm feito um trabalho importantíssimo no combate à corrupção. Entretanto, ações isoladas como a de hoje ferem a tradição do Ministério Público e prejudicam o devido esclarecimento do caso”, conclui a nota.
Fonte: Agência Brasil