O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado pela Polícia Federal como suspeito de corrupção passiva em um novo inquérito da Operação Zelotes, que trata da compra de medidas provisórias. Outras 12 pessoas também foram indiciadas, incluindo os ex-ministro Gilberto Carvalho e Erenice Guerra, e o empresário Paulo Ferraz, ex-presidente da Mitsubishi, entre outros.
A investigação se centra na Medida Provisória 471, conhecida como MP do Regis, que aumentou a vigência de incentivo fiscal a montadoras e fabricantes de veículos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O incentivo iria até 31 de março de 2010, mas acabou valendo até 31 de dezembro de 2015.
Entre as provas citadas pela PF estão documentos recolhidos com lobistas investigados, incluindo anotações, troca de e-mails e encontros de Lula com Mauro Marcondes, lobista que Lula conhece desde o tempo de sindicalista, de acordo com relatório da PF citado por reportagem da TV Globo.
A assessoria do ex-presidente Lula disse desconhecer o relatório da PF e negou que o petista tenha cometido ato ilícito, afirmando que tudo isso faz parte do “lawfare”, que “consiste na utilização da lei e dos procedimentos jurídicos como verdadeiras armas de guerra para a obtenção ou bloqueio de resultados políticos”.
Os demais citados não foram localizados para comentar a denúncia. Em 2015, contudo, Erenice Guerra negou em depoimento à PF envolvimento no esquema. Segundo ela, MPs chegam à Casa Civil já com parecer prévio dos órgãos e ministérios que as encaminham. Já Gilberto Carvalho afirmou em depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília, no ano passado, que a investigação era “absurda”.
Fonte: Correio 24h