
A comunidade quilombola do Rancho das Mães, em Palmas de Monte Alto (BA), realizou, na noite desta quinta-feira (20), a IV Noite Cultural da Consciência Negra. Com o tema “Histórias e Memórias da Nossa Gente”, o evento reuniu moradores, lideranças e visitantes em uma celebração dedicada à ancestralidade, identidade e luta do povo negro.
A programação abriu com uma mensagem sobre o Dia da Consciência Negra, destacando a importância de preservar a memória de Zumbi dos Palmares e reforçar o combate ao preconceito. Em seguida, as meninas da comunidade realizaram uma dança de abertura que emocionou o público.
A noite também contou com falas marcantes. Laiane Santos apresentou o tema central do evento e abordou a valorização da história afro-brasileira. Depois, Fátima trouxe reflexões sobre a trajetória e a cultura do Quilombo Rancho das Mães, além de conduzir um discurso sobre a realidade do preconceito enfrentado pela população negra.
Uma das apresentações mais simbólicas foi a de Cleonice, que falou sobre a Tarimba, elemento tradicional da cultura quilombola que representa memória, identidade e resistência.
O desfile cultural reuniu moradores de todas as idades, exaltando a beleza e a força da negritude. Outro destaque foi o painel das senhoras da comunidade, homenageadas como guardiãs da sabedoria e da ancestralidade. A programação também incluiu mais uma apresentação de dança e encerrou com a capoeira, símbolo de luta, liberdade e herança afro-brasileira.
Entrevistas
A líder comunitária Cleonice destacou a emoção de participar de mais uma edição do evento e ressaltou a importância da preservação da identidade quilombola. “É muito importante para nossa comunidade, porque a gente tem uma história antiga, dos nossos antepassados, e hoje continuamos firmes aqui. Agradeço a todos que vieram e contribuíram”, afirmou.
O presidente da associação, Wilson Brito, lembrou o significado do evento para a memória local e a formação das novas gerações. “É uma reflexão positiva, porque ainda existe preconceito. Mas aqui, olhando para o painel, vemos pessoas que foram muito importantes para nossa comunidade. A cultura não pode acabar; isso é algo que vamos levar para sempre”, disse. Ele também destacou o apoio da associação: “Apesar das dificuldades, sempre contribuímos, porque sabemos a importância desse movimento.”
A organizadora do evento, Diele, celebrou a participação expressiva da comunidade e reforçou a importância da conscientização. “Fiquei muito honrada em ver a casa cheia. Quando trazemos o tema ‘Histórias e Memórias da Nossa Gente’, estamos lembrando ensinamentos deixados pelos nossos ancestrais. A gente só vai parar o racismo com palavras, resistência e conhecimento”, afirmou.
Feito por Portal Vilson Nunes