Um fisioterapeuta foi indiciado pela Polícia Civil (PC) nesta quinta-feira (24) por lesão corporal e outros crimes, após duas clientes de uma clínica de estética de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, relatarem complicações depois de realizarem procedimento de criolipólise, técnica usada para redução de gordura localizada.
Segundo a PC, a investigação apontou que o profissional, que não teve o nome divulgado, cometeu quatro crimes: lesão corporal grave e gravíssima, exercício ilegal da medicina, falsificação de produtos terapêuticos e propaganda enganosa. Ele também foi acusado de receitar medicamentos cuja prescrição é exclusiva de médicos.
Além do fisioterapeuta, uma farmacêutica, também investigada no mesmo inquérito, foi responsabilizada pelos crimes de falsificação de produtos terapêuticos e propaganda enganosa.
OPERAÇÃO
O caso começou a ser investigado após denúncias de pacientes que apresentaram complicações de saúde. De acordo com a polícia, o fisioterapeuta foi alvo da 15ª fase da Operação Unum Corpus, no dia 27 de março, quando um mandado de busca e apreensão foi cumprido na clínica, localizada na Avenida Siqueira Campos. [assista]
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Durante a ação, os policiais encontraram medicamentos irregulares, sem prescrição médica e sem rótulos adequados. A investigação também revelou que seringas contendo plasma humano, retirados de pacientes para fins terapêuticos, eram aquecidas de forma inadequada em um forno de micro-ondas, em uma das situações, a seringa chegou a estourar.
A polícia informou ainda que o fisioterapeuta indicava farmácias, inclusive de manipulação, que forneciam os medicamentos solicitados por ele, também sem rotulação adequada.
O fisioterapeuta foi ouvido na delegacia de Vitória da Conquista e liberado em seguida. O teor da investigação já foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). Conforme a PC, os investigados vão responder em liberdade.
ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS
Procurado pelo G1, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) informou que o profissional e a clínica possuem registro regular e que foi aberto um processo ético-disciplinar, ainda em andamento.
A Vigilância Sanitária, por sua vez, informou que a clínica busca a regularização do alvará de funcionamento e que o estabelecimento não foi totalmente interditado porque está dentro do prazo de adequação.
DEFESA
A defesa do fisioterapeuta e da farmacêutica nega todas as acusações e contesta as provas apresentadas pela polícia.
Feito por Amanda Santos/Portal Vilson Nunes
