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Ex-comandante da FAB confirma que general Freire Gomes alertou Bolsonaro sobre possibilidade de prisão caso insistisse em golpe

STF (Foto: Divulgação)

O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou nesta quarta-feira (21) que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, alertou o então presidente Jair Bolsonaro de que poderia prendê-lo caso levasse adiante planos para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Baptista Júnior prestou depoimento como testemunha na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, conforme denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo ele, Freire Gomes fez o alerta a Bolsonaro de forma tranquila e polida: “Se fizer isso, vou ter que te prender”. Baptista reforçou que mantém a versão que apresentou à Polícia Federal, apesar de Freire Gomes ter negado ter usado a expressão “prisão” em seu próprio depoimento, afirmando apenas ter alertado sobre um possível “enquadramento jurídico”.

Baptista Júnior também confirmou que participou, em 14 de novembro de 2022, de uma reunião no Ministério da Defesa, onde foi apresentada uma minuta de decreto para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse ter se recusado a sequer receber o documento, afirmando: “Não admito sequer receber este documento nem ficarei aqui”. Ainda segundo Baptista Júnior, na mesma reunião, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, colocou as tropas à disposição de Bolsonaro, enquanto Freire Gomes também se posicionou contra a proposta.

O ex-comandante da FAB relatou que nas reuniões houve discussões sobre a prisão de autoridades, citando com mais convicção o nome do ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos dos planos golpistas. Questionado sobre por que o plano não teve êxito, o ex-comandante da  “Foi a não participação unânime das Forças Armadas”.

Por fim, ele retificou parte do que havia dito à PF e afirmou que não tem mais certeza se o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, participou das reuniões.

As oitivas das testemunhas da Ação Penal 2.668 começaram na segunda-feira (19) e devem ser retomadas na sexta (23), com os depoimentos do senador Hamilton Mourão e do atual comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen.

Entre os réus do processo estão Jair Bolsonaro e outros sete ex-ministros e assessores próximos, acusados de compor o núcleo “crucial” do suposto complô golpista.

Feito por Portal Vilson Nunes

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