
Na tarde desta segunda-feira (26), representantes do Governo do Estado, pesquisadores e sociedade civil, se reuniram na Sala de Comissões da Assembleia Legislativa da Bahia, para discutirem o estudo científico desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, e da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos. O estudo projeta um aumento da área irrigada na região Oeste da Bahia em até dez vezes. A pesquisa deve apontar a capacidade hídrica da região, pesquisadores da Universidade do Nebraska-Lincoln e da UFV, estão envolvidos no estudo, desde o início de 2016. A previsão para conclusão desta etapa, é que em fevereiro de 2019, se tenha os resultados e comece o trabalho de implantação do modelo, que já é utilizado no estado do Nebraska nos EUA.
“No ano de 2050 teremos que alimentar cerca de 10 bilhões de pessoas no mundo, a população além de crescer, está saindo da linha de pobreza, esse aumento da população e a urbanização exige cada vez mais água para o consumo. Só para termos uma noção do impacto deste estudo para a região oeste, após a aplicação do mesmo na prática, teremos na área, um potencial de crescimento de no mínimo 10 vezes, em um curto espaço de tempo, garantindo o uso múltiplo da água. Infelizmente nos últimos 6 anos passamos por um tempo de estiagem prolongada, além da crise financeira, esse estudo vem para gente ter certeza e garantir ao investidor tanto da Bahia quanto ao investidor externo, que a partir do momento que ele tiver sua outorga d´agua ou seja, o seu direito para utilização do recurso hídrico garantido pelo estado, ele vai ter a certeza que a água vai estar disponível para ele usar todos os anos, mesmo nos momentos de crise, como passamos recentemente”, afirmou Vitor Bonfim, Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia.
A primeira fase da pesquisa, mapeou as bacias dos rios de Ondas, Fêmea e Rio Grande, essas possuem respectivamente 17 mil km² de bacias. “É um estudo muito complexo, envolve avaliação de toda malha de rios, toda água subterrânea, e estudos com base de dados existentes e base de novos dados, o estudo deve ser concluído em 2 anos, é um tempo recorde que consegue antecipar um projeto que era de 5 anos para 2 anos. A grande polêmica que vem de qualquer setor é a falta de informação, não podemos esperar um aquífero baixar ou um rio chegar a determinado nível para poder agir, os produtores se preocupam, a sociedade se preocupa, mas a medida que passamos informação antes do caos, os produtores se planejam, e passamos a prever o aumento ou a diminuição de pontos de irrigação. O Nebraska a mais de 100 anos trabalha os princípios da gestão de água, eles envolvem medições que vem através das informações antes do problema acontecer, é um projeto que traz benefícios para o estado, para os produtores, para a população, gerando emprego, renda, e consumo consciente da água. Afirmou Everardo Montavani, Coordenador do Estudo, pesquisador e professor da UFV.
Palestrantes do estado americano de Nebraska apresentaram o formato que é feito, para regência dos recursos hídricos. Com uma área de 3,5 milhões de hectares irrigados e utilizando águas subterrâneas. A ideia é aplicar o modelo nas áreas de produção do Oeste baiano, os pesquisadores acreditam que trabalhar de maneira integrada a agricultura empresarial e a agricultura familiar, concentrando-se em áreas vitais para a segurança hídrica e alimentar, tanto no Nebraska quanto globalmente reduzirá as disparidades na produtividades agrícolas e hídricas, aprimorando a gestão das águas subterrâneas para a produção agrícola, expandindo a agricultura irrigada com alta tecnologia e redobrando os cuidados com a água potável, ecossistemas agrícolas e saúde publica. “O nosso objetivo é descobrir como melhorar a produtividade da agricultura com o melhor uso de recursos hídricos. Como conseguiremos produzir mais alimentos com menos água”, explica Peter McCornick, Diretor-Executivo do Instituto Water for Food, do Nebraska.
O estudo é financiado pelo governo da Bahia, através da Sema, Inema e Seagri, e conta com o apoio da Aiba, por meio do Programa para Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro) e será apresentado também no Fórum Mundial da Água, que ocorre em março, em Brasília. R$ 3 milhões já foram utilizados. Outros R$ 3 milhões serão requeridos para a segunda etapa da pesquisa, que irá explorar as águas subterrâneas da região.
Fonte: Ascom – Seagri