
Um projeto de lei encaminhado pelo prefeito de Malhada (BA), Dr. Gimmy, à Câmara Municipal, autorizando a contratação de um empréstimo milionário junto ao Banco do Brasil, tem gerado polêmica no município. Inicialmente, o valor solicitado era de R$ 5 milhões, mas, sem explicações públicas, o montante foi reajustado para R$ 7 milhões antes da votação, o que causou preocupação entre os vereadores de oposição.
Segundo o Executivo, o projeto, denominado “Asfalto Novo, Vida Nova”, tem como objetivo calçar 100% das ruas da cidade. No entanto, vereadores contrários à proposta questionaram a ausência de informações técnicas e financeiras que deveriam acompanhar um projeto de tal magnitude.
O vereador Dhione Ramos (PDT) criticou a fragilidade da documentação apresentada, destacando que o projeto possui apenas duas páginas e não traz detalhes como planilha de custos, taxas de juros, prazos de carência, cronograma de execução ou estudo de impacto financeiro. “Estamos falando de um empréstimo de milhões que compromete não só o presente, mas o futuro financeiro do nosso município. Como é que um projeto desse porte vem sem nenhuma planilha, sem estimativa de custos, sem qualquer detalhamento técnico?”, questionou.
Dhione também lembrou que Malhada possui uma fábrica de asfalto abandonada há anos e que, até o momento, a prefeitura não apresentou nenhuma justificativa sobre o motivo de não utilizar essa estrutura já existente para o calçamento das ruas.

Em busca de mais transparência, o vereador apresentou uma emenda aditiva exigindo que o Executivo encaminhasse à Câmara documentos essenciais, como o estudo técnico e financeiro do projeto, detalhamento das obras, condições contratuais completas e explicações sobre a situação da fábrica de asfalto. No entanto, a emenda foi rejeitada pelos vereadores da base do prefeito, que aprovaram o projeto original sem a inclusão das exigências propostas.
“Infelizmente, a base do prefeito optou por entregar um cheque em branco ao Executivo. Rejeitar a emenda foi abrir mão do nosso dever enquanto fiscalizadores do dinheiro público. O que eu propus era o mínimo que o povo espera de nós: transparência e responsabilidade”, afirmou Dhione Ramos.
A decisão causou indignação entre vereadores da oposição e parte da população, que esperava um debate mais técnico e transparente sobre a proposta, considerando a relevância e o impacto financeiro do empréstimo para o município.
Até o momento, a prefeitura não detalhou como os R$ 7 milhões serão utilizados e não esclareceu as dúvidas levantadas durante a tramitação do projeto. A população segue aguardando mais informações e promete acompanhar de perto os desdobramentos da operação.
A reportagem do Portal Vilson Nunes tentou contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Malhada e, também com o presidente da Câmara, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Feito por Portal Vilson Nunes