
Foi inaugurada em Guanambi, na noite desta sexta feira (18), a primeira loja exclusivamente de produto afro-brasileiro, o projeto Afrotonizar Modas e Acessórios. Na sua página do Instagram, @afrotonizar_, o projeto foi oficialmente lançado, com exposição de um videoclipe, encenado por alguns colaboradores do projeto, jovens negros vestidos da marca/grife afrotonizar. Cobertos por estampas afros, numa mistura de cores alegres e formas geométricas, que nos remetem à identidade, aos traços, aos elementos da cultura africana, numa conexão com os ancestrais. As cenas foram gravadas em alguns pontos históricos de Guanambi, cidade da Região Sudoeste da Bahia, assim como em pontos mais modernos, a exemplo do Memorial Casa de Dona Dedé e do Parque da Cidade, respectivamente.
No seu arcabouço, no campo do Empreendedorismo Afro-brasieiro, o projeto Afrotonizar Modas e Acessórios prever oferecer uma variedade de produtos da moda afro-brasileira, que vestem os diferentes corpos, tamanhos e gêneros, que buscam na estética negra um referencial de resistência, de pertencimento, de empoderamento na superação de estereóptipos, na modalidade de pronta entrega, como também a pedido sob medida. Segundo o que a organização do projeto nos passou, a loja é na modalidade virtual, parte dos seus produtos são produzidos aqui, em caráter artesanal, gerando serviços e renda para algumas pessoas.
Seus produtos estão expostos na sua página do Instagram, onde está disponível o link do WhatsApp, por onde os clientes podem fazer seus pedidos e tirarem possíveis dúvidas, além do feed. [clique aqui para conferir]
Ainda nos informou que os interessados que moram em outros municípios da região de Guanambi podem também adquirir os produtos que serão devidamente encaminhados. À nossa reportagem, o mentor do projeto, Edvaldo Paes, disse que: “Numa crescente demanda por produtos da moda, que remetem à cultura afro-brasileira, o Projeto Afrotonizar Modas e Acessórios chega com novidades no segmento afro, que o mercado tradicional local ainda não oferece, evidentemente, que temos algumas barreiras a superar, pois fazemos parte da economia criativa, do empreendedorismo afro, com pouco poder de investimento”. Ele acrescentou ainda, que: “Com os avanços das discussões das relações étnicos-raciais, nas escolas e nos meios de comunicação, impulsionado pelo acesso da população negra à escola e a níveis de ensino, que por muito tempo lhe fora renegado, aumentou e qualificou as discussões sobre a importância da população negra na formação do povo brasileiro, como também da valorização da sua cultura. Isto somado a outros fatores, levou muitas pessoas a se auto reconhecerem como pretas, a assumirem suas identidades, suas origens africanas, manter a originalidade da identidade capilar…”. Entretanto, ele alerta que, “a oferta de produtos de origem africana em Guanambi e região não tem acompanhado este movimento, tem-se mantido exposto a atender à demanda da moda europeia”.
Ainda conforme, ele, o projeto vai além de comercializar produtos, “ nosso projeto tem por base o respeito pelas relações étnico-raciais harmoniosa, numa sociedade que muitas pessoas insistem em ser racistas e ainda negam que ele existe tem como pauta colaborar com as pessoas que querem se ver representada, querem usar produtos que fazem elas se sentirem integradas e conectada aos nossos ancestrais, o projeto quer ser voz ativa em defesa do povo preto”.
Nascido e criado na comunidade quilombola de Duas Lagoas, em Riacho de Santana (BA), o mentor do projeto, Edvaldo Paes, desde de criança começou a trabalhar na agricultura familiar. Tendo participação ativa na questões da sua comunidade, ele destacou que a cultura afro-brasileira já fazia parte das discussões na comunidade e, que foi intensificada no processo de autorreconhecimento da comunidade como remanescente de Quilombo.
Licenciado em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), exerceu a docência pela Rede Estadual de Ensino e hoje é Servidor Público Federal, na Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Campus Multidisciplinar de Barra. Participa do Ponto de Cultura da Fundação de Capoeira Eu Negro, que atente jovens de vulnerabilidade social, que é a principal referência na luta pelo respeito à cultura afro na cidade de Barra-Bahia. A quem ele fez questão de agradecer e dizer da importância da Fundação na sua formação enquanto ser crítico e criativo.
Fonte: Ascom
Uma resposta
Parabenizo pela iniciativa precisamos nos sentir presentados no nosso dia a dia quanto ao nosso estilo e estou na torcida que este projeto venha com força total .