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Duas horas antes de ser intubado por causa da Covid-19, garoto natural de Guanambi que pagava tratamento com pinturas fez últimos desenhos antes de morrer; veja vídeo

Foto: G1

Cerca de duas horas antes de ser intubado em decorrência do agravamento da Covid-19, o menino Daniel Neves, de 13 anos, que pintava quadros para custear um tratamento de doença nos rins, estava desenhando. A mãe dele, Cleidimar Vieira Melo Fagundes, 48 anos, registrou o momento em um vídeo. [Assista a filmagem feita pela mãe do garoto].

Daniel pintava quadros para o tratamento de rins policísticos e fibrose hepática, diagnosticada quando ele tinha apenas oito meses de idade. Ele morreu no dia 18 de maio em decorrência da Covid-19, após passar 14 dias internado, no Hospital São Rafael, em Salvador.

Na filmagem feita pela mãe, Daniel aparece desenhando na cama do hospital. Com equipamentos para auxiliar na respiração, o último desenho do garoto foi um cavalo sorrindo no pasto. O vídeo também mostra a parede do hospital já repleta de desenhos feitos por Daniel.

Em uma entrevista dada ao G1, Cleidimar Fagundes contou que mesmo com a saúde frágil, o garoto continuava pintando e fazia “dancinhas” no hospital. “Mesmo no hospital ele não abaixava a cabeça, ele estava pintando, fazendo a dancinha, nunca abaixava a cabeça para a doença. Era uma criança que queria viver muito”, contou.

O garoto foi enterrado no cemitério de Guanambi, onde nasceu e morava antes de se mudar para Salvador.

Garoto que pintava quadro para pagar tratamento médico na BA morre por complicações da Covid-19 — Foto: Reprodução / Redes Sociais

História

Natural de Guanambi, por ter rins policísticos e fibrose hepática, Daniel deixou a cidade natal e mudou-se para a capital baiana. Daniel começou a pintar os quadros quando estava internado, depois que uma prima comprou telas de pintura.

Em novembro de 2017, o G1 mostrou a história de Daniel. Em dezembro do mesmo ano, ele realizou uma exposição, em Salvador, com quadros que pintava, com objetivo de arrecadar fundos para cobrir os gastos de uma cirurgia de transplante de rins.

Segundo a mãe do garoto, Cleidimar Fagundes, em 2017, ele realizou acompanhamento médico no Roberto Santos e no Hospital das Clínicas, ambos na capital baiana. Em 2015, os rins dele pararam de funcionar e ele teve que fazer hemodiálise.

Além dos quadros, uma campanha de arrecadação online foi feita para ajudar o garoto. Um livro contando a história dele estava em pré-venda, e o dinheiro seria usado também no tratamento.

Daniel Neves morava com a mãe e acabou sendo sendo infectado pelo novo coronavírus. A rotina do garoto se resumia ao tratamento e as pinturas dos quadros.

Fonte: G1

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