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Delegado revela ação de Ramagem para que ele deixasse chefia da PF no Rio

Um dos primeiros atos de Ramagem, após ser escolhido por Bolsonaro para comandar a PF, foi convidar o chefe da superintendência do Rio para deixar o cargo e assumir uma posição em Brasília, cumprindo o desejo do presidente de trocar a chefia do Rio Carolina Antunes/PR

No novo depoimento prestado nesta terça (19), o secretário-executivo da Polícia Federal, Carlos Henrique Oliveira, mostra que sua remoção do comando da superintendência do corporação no Rio foi arquitetada por Alexandre Ramagem.

No dia 27 de abril, quando foi escolhido por Bolsonaro para assumir o comando da PF, uma das primeiras ações de Ramagem foi entrar em contato com o chefe da Superintendência da PF no Rio para convidá-lo a deixar o cargo. A troca de comando na unidade da fluminense era um desejo antigo de Bolsonaro, e seria uma das primeiras ações de Ramagem, que promoveria o delegado a secretário-executivo, como de fato acabou acontecendo.

“O depoente gostaria de esclarecer que foi procurado no dia 27 de abril do corrente ano, pelo delegado Alexandre Ramagem, que perguntou para ele, depoente, se aceitaria ser diretor-executivo da Polícia Federal durante sua gestão. Que o depoente informou que aceitaria. Esclarecendo também a indagação feita pela defesa do Dr. Sergio Moro (no primeiro depoimento), o depoente informa que recebeu tal convite no dia 27 de abril de 2020, e respondeu afirmativamente na manhã do dia 28”, diz Carlos Henrique.

No primeiro depoimento, a defesa de Moro questionou o delegado se ele havia sido procurado por “alguma pessoa cogitada pela imprensa para ser o novo diretor-geral da PF” com o convite para assumir a diretoria-executiva do órgão”. Nesse depoimento, o delegado omitiu o convite de Ramagem.

Ex-segurança de Jair Bolsonaro na campanha, Ramagem foi o pivô da saída de Sergio Moro do governo. A pressão de Bolsonaro para colocar o amigo no comando da PF, segundo o ex-ministro teria o objetivo de interferir em investigações e obter abrir um canal para vazamento de informações privilegiadas de inquéritos ao Planalto. Amigo de Bolsonaro e de seus filhos, Ramagem foi a pessoa escolhida para desempenhar tal serviço.

A posse de Ramagem na PF foi barrada pelo STF e o Planalto desistiu de sua nomeação. O delegado Rolando de Souza, nome indicado por Ramagem para assumir o cargo, acabou concretizando a mudança pretendida pelo presidente, ao promover Carlos Henrique a diretor-executivo.

Fonte: VEJA

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