
O jornalista, professor e escritor Jean Wyllys movimentou a programação do FLIRCONTAS, em Rio de Contas (BA), ao participar, neste sábado (29), do primeiro encontro regional promovido pelo Sinjorba dentro da feira literária. O evento reuniu profissionais do sudoeste baiano para discutir os desafios do jornalismo, a produção literária e o papel da cultura na formação dos territórios.
Após o evento, Wyllys concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Vilson Nunes, marcada por declarações contundentes sobre política, democracia e direitos humanos.
Em um dos momentos mais fortes da conversa, o ex-deputado rebateu a ideia de que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro seja um tema polêmico.
“Esse assunto não é polêmico, é necessário. Bolsonaro está preso porque comandou uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado no Brasil, com provas robustas analisadas pelo Ministério Público Federal e pela Suprema Corte”, afirmou.
Wyllys relembrou ainda o período em que deixou o Brasil após reiteradas ameaças, declarando que sua saída foi recomendada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
“Não foi uma escolha. Eu tinha sido eleito para meu terceiro mandato, mas fui convencido pela Comissão a deixar o país porque nem o governo Temer garantiu minha segurança. Meu exílio durou quatro anos e meio, o mesmo tempo em que essa quadrilha esteve no poder”, disse.
O escritor também comentou denúncias de espionagem e perseguição durante o período. Segundo ele, até mesmo fora do país seus passos foram monitorados.
“Eles utilizaram a Abin para me espionar no exílio. Planejaram assassinatos, espionaram minhas atividades. A justiça chega cedo ou tarde”, declarou.
Ao ser questionado sobre o pedido de prisão domiciliar para aliados do ex-presidente, Wyllys defendeu que direitos humanos devem ser universais.
“O que não pode é dar privilégio para um chefe de organização criminosa só porque foi presidente da República. Direitos humanos são para todos, e não só para Jair Bolsonaro”, afirmou.
Mesmo mantendo seu posicionamento firme, ele ponderou não agir por vingança.
“Se eu fosse uma pessoa má, diria que quero que ele apodreça na prisão. Mas não sou vingativo. O que defendo é justiça”, completou.
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Feito por Portal Vilson Nunes