
O júri popular realizado nesta quarta-feira (19) em Carinhanha, na região sudoeste da Bahia, condenou Wanrley Silva Teixeira, de 30 anos, a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão pelos crimes de tentativa de homicídio e aborto provocado sem consentimento da vítima. A decisão acolheu integralmente a denúncia apresentada pelo Ministério Público da Bahia.
Os jurados reconheceram as qualificadoras de motivo torpe, pela recusa em assumir a paternidade, feminicídio tentado, além do crime de aborto provocado por terceiro. O caso ocorreu em 2020, quando o réu empurrou a vítima grávida da ponte Guimarães Rosa, na BR-030, entre Malhada e Carinhanha.
Na sentença, o juiz Arthur Antunes Amaro Neves destacou a gravidade da conduta, classificando o ato como cruel e ressaltando as consequências emocionais para a vítima, que ainda necessita de uso de medicação controlada cinco anos após o crime. A pena foi definida por concurso formal de crimes, ultrapassando duas décadas de reclusão.
Apesar da condenação, o magistrado permitiu que o réu recorra em liberdade, impondo medidas cautelares que o proíbem de se aproximar ou manter qualquer contato com a vítima e seus familiares.
Como ocorreu o crime
Segundo a denúncia, o crime aconteceu na noite de 28 de abril de 2020. A vítima, Cleidiane dos Santos Ribeiro, relatou que mantinha relacionamento com o réu havia cerca de cinco anos e que estava grávida de aproximadamente um mês. Ela contou que, após um telefonema, encontrou o indiciado na praça de Palmas de Monte Alto, onde ele afirmou não querer assumir o filho e apresentou um medicamento abortivo, que foi recusado.
Durante o trajeto para Carinhanha, o réu insistiu para que a vítima abortasse. Ao chegar próximo à ponte Guimarães Rosa, parou o veículo com a justificativa de sair para urinar. Nesse momento, o celular da vítima tocou, o que teria motivado a agressão. O réu tomou o aparelho, puxou a mulher para fora do carro e a arremessou da ponte em direção ao rio São Francisco.
A vítima caiu em uma área de areia e gritou por socorro. Guardas que estavam em uma barreira sanitária e um pescador próximo ouviram os pedidos e conseguiram resgatá-la. No dia seguinte, o réu foi apresentado pela Polícia Militar à delegacia.
Feito por Portal Vilson Nunes