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PF prende membros de organização criminosa que planejavam matar Lula, Alckmin e Moraes; ex-assessor de Bolsonaro é um dos envolvidos

Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta terça-feira (19), a Operação Contragolpe, que teve como alvo a organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação

Ao longo da manhã, agentes da PF cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão. Outras 15 medidas cautelares também foram aplicadas, incluindo proibição de contato com os demais investigados, proibição de ausência do país, entrega de passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.

O Exército acompanhou o cumprimento dos mandados, efetivados no Rio de Janeiro, em Goiás, no Amazonas e no Distrito Federal.

A operação teve, como base, um documento elaborado por um dos alvos da investigação, caracterizado como “um verdadeiro planejamento com características terroristas, no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco”.

  • Mário Fernandes, general de Brigada (da reserva) e ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro (PL). Também teve cargo especial no gabinete do deputado federal e ex-ministro Eduardo Pazuello (PL-RJ). Foi quem elaborou o documento que embasou a operação;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;
  • Wladimir Matos Soares, policial federal.

“Kids pretos”

Dos cinco, os quatro primeiros (Mário, Hélio, Rafael e Rodrigo) também são integrantes dos chamados “kids pretos”, nome dado a militares das Forças Especiais (FE) treinados para atuar em missões sigilosas e em ambientes hostis ou politicamente sensíveis. São considerados a “elite” do Exército.

“Punhal Verde e Amarelo”

Ainda de acordo com a PF, o plano do grupo era matar os recém-eleitos presidente e vice-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além do ministro Alexandre de Moraes, chamados pelos codinomes Jeca, Joca e Professora, respectivamente, pelos criminosos.

A data definida para os assassinatos era 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – e antes da posse da chapa vencedora. O planejamento operacional da organização era chamado de “Punhal Verde e Amarelo

Plano era envenenar Lula

Conforme a decisão que embasou a operação desta terça-feira, os investigadores descobriram que o plano dos criminosos era de envenenar Lula:

“Para execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, diz o texto. Um veículo militar chegou a ser deslocado no dia marcado para a ação.

Armamento de guerra para capturar Moraes

O documento, elaborado pelo general Mário Fernandes, também especificava o armamento a ser utilizado na captura e execução de Moraes: uma metralhadora, quatro fuzis, quatro pistolas e um lança granada. “São armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate”, aponta parte da decisão.

Ainda em relação ao ministro, também foram consideradas outras condições para o assassinato, como uso de artefato explosivo ou, novamente, envenenamento. O relatório da PF mostrou algumas das mensagens trocadas entre os integrantes do grupo criminoso.

Mauro Cid sabia do plano

Além do ex-assessor Mário Fernandes, diversas outras figuras ligadas a Bolsonaro tiveram envolvimento no planejamento dos assassinatos. É o caso do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, que participou de reuniões em que militares planejavam as execuções dos três alvos

Segundo fontes da PF ouvidas pela CNN, a situação de Cid é considerada “grave”, e pode acarretar na perda dos benefícios da delação premiada. Um novo pedido de prisão também não é descartado, a depender do depoimento desta terça-feira.

Fonte: G1

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