
A Câmara de Vereadores de Caetité (BA), na sessão desta segunda-feira (20), decidiu abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias feitas pelo vereador Jorge Magno de Carvalho Ladeia Júnior (PSDB) contra o Prefeito de Caetité Valtércio Aguiar. O vereador faz uma série de acusações que poderão levar o Prefeito a responder por ato de improbidade administrativa e pela prática dos crimes de responsabilidade e contratação direta ilegal. Jorge Magno alega que a contratação, feita sem regular licitação, foi destinada ao projeto político e de poder de Valtécio.
O Prefeito, que traz a honestidade como lema de sua gestão, sofre a maior crise desde o início de seu mandato, inclusive pelas sucessivas trocas de secretários de pastas importantes, como as da saúde e educação.
Os próprios vereadores da bancada do Prefeito assinaram o requerimento para a abertura da CPI. Interlocutores próximos dizem não terem tido outra opção, ante o estado de revolta da população, que cobra do Legislativo uma atuação mais enérgica. Os únicos que não assinaram o documento foram o presidente da Casa, João do Povo, do PSD, que nesses casos não assina, e o vereador Zacarias do PSD.
A sessão contou com a participação de muitos interessados, sendo marcante as presenças de ocupantes de cargos de confiança e secretários, dentre os quais do Secretário de Serviços Públicos Francisco Filho, genro do Prefeito.
Na Tribuna, o vereador Léo Monteiro (PDT) defende que Valtércio está tomando as providências para reparar as irregularidades, pois exonerou vários nomes do segundo escalão de seu governo. Para o vereador Mário Rebouças (PSD), é preciso não confundir as coisas, pois não se pode esquecer que o investigado é o próprio Prefeito Valtércio, único responsável por assinar contratos, autorizar os pagamentos e o maior beneficiário político do suposto esquema envolvendo o transporte escolar. O vereador autor da denúncia, Jorge Magno, ironiza a atuação de quem defende o Chefe do Executivo e acha normal a contratação de amigos, parentes e adesões políticas. “O Prefeito, ao exonerar servidores, tenta mostrar pra população que está agindo contra uma ilegalidade que ele próprio praticou e admite existir. Mas ao fazer isso atua apenas contra a causa de um problema que já foi consumado, pois foram mantidos os contratos feitos com pessoas muito próximas dele. E a estas pessoas estão sendo pagos valores bem superiores aos praticados na região”. [confira o requerimento da CPI]